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quinta-feira, 3 de junho de 2010

EUA amenizam declaração da ONU e evitam condenação explícita a Israel


Teor de documento, que pede ‘investigação imediata, imparcial e confiável’ de ataque contra frota que pretendia romper o bloqueio à Faixa de Gaza, fica aquém do esperado por Turquia e outros membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas  (Gustavo Chacra, correspondente / Nova York). O Conselho de Segurança da ONU divulgou ontem uma declaração na qual lamenta as mortes na ação israelense contra uma frota com ajuda humanitária que se dirigia para a Faixa de Gaza e pede a investigação "imediata, imparcial e confiável" do incidente. O documento, porém, ficou mais brando do que pretendiam a Turquia e alguns membros do Conselho, graças à atuação da diplomacia americana. 

A moção, emitida após negociações que se estenderam até a madrugada de ontem, apenas condena "os atos" que resultaram na morte de pelo menos nove pessoas – o número exato de mortos ainda não foi informado por Israel -, sem atribuir responsabilidade a ninguém pela ação. 

"Lamentamos profundamente a perda de vidas e os ferimentos que resultaram do uso da força durante a operação militar israelense em águas internacionais contra um comboio que navegava para a Faixa de Gaza. Neste contexto, condenamos estes atos que resultaram na morte de ao menos dez civis", diz a declaração, que não carrega o peso de uma resolução. E, apesar de o texto ser um pouco mais rigoroso do que pretendiam os EUA, os turcos não conseguiram incluir uma condenação aos israelenses por violação de leis internacionais.
Segundo a declaração, Israel "deve liberar os navios e os civis detidos" – algo que o primeiro-ministro israelense, Binyamin Bibi Netanyahu, anunciou ontem que faria nas próximas horas (mais informações na página A12). A declaração também é vaga sobre a investigação.
Na avaliação do Conselho de Segurança, "a situação em Gaza é insustentável", sendo necessária a aplicação de resoluções anteriores do CS. O documento reitera a "preocupação com a situação humana" no território palestino. Segundo a declaração, o único acordo viável para o conflito palestino-israelense "é uma solução de dois Estados".
Israel desmantelou os assentamentos judaicos da Faixa de Gaza em 2005, mas ainda mantém o controle aéreo e marítimo do território palestino – bloqueado desde 2007, quando o grupo radical islâmico Hamas derrotou e expulsou as forças de segurança da Autoridade Palestina.
Egito abre fronteira. Pela via terrestre, a Faixa de Gaza também faz fronteira com o Egito, que costuma manter as passagens fechadas. Ontem, o regime do presidente egípcio, Hosni Mubarak, decidiu abrir a passagem de Rafah.
O Egito, que possui relações com Israel desde 1979, previa abrir a passagem na fronteira somente hoje, mas antecipou a abertura em um dia.
A ação tem como objetivo permitir a entrada da ajuda humanitária na Faixa de Gaza. Nos últimos anos, o governo de Mubarak tem sido criticado no mundo árabe por ter sido aliado de Israel no fechamento das fronteiras do território palestino.
A maior parte do armamento contrabandeado para o Hamas e outros grupos radicais na Faixa de Gaza é proveniente do Egito. Os militantes, por meio de uma rede de túneis, conseguem fazer o transporte.
PONTOS-CHAVE
Turquia: Revoltou-se com a ação israelense contra navios que tinham bandeira turca. Tenta agora elevar o tom das condenações internacionais a Israel
EUA: Pediu reações "cuidadosas". Obama e Netanyahu, porém, viram a relação bilateral se deteriorar por causa de assentamentos judaicos na Cisjordânia
França: Sarkozy adotou um tom moderado, mas condenou o "uso excessivo da força por parte de Israel". Ele pediu ainda "investigações confiáveis"
Brasil: Acompanhou a reação da Turquia, com duras condenações ao ataque israelense. "Não poderia estar mais chocado", disse o chanceler Celso Amorim.

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