Meu Universo Particular!

terça-feira, 7 de agosto de 2012

INSS: Homens pagarão custos de agressão contra mulheres.

A partir de hoje: 07/08/12, além de responder criminalmente na Justiça, os agressores de mulheres também vão sentir no bolso o peso de suas atitudes violentas. O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) informou que vai ajuizar nesta terça-feira a primeira ação regressiva na Justiça para cobrar de agressores o ressarcimento de valores pagos pelo órgão com benefícios gerados em função de atos de violência doméstica contra as mulheres.
O Ministério da Previdência Social, do qual o INSS faz parte, informou ainda que já estão sendo analisados vários casos que se encaixam no perfil destas ações. Serão acionadas pessoas que agredirem mulheres seguradas que, em decorrência do ataque sofrido, requereram auxílio-doença, aposentadoria por invalidez ou que deixem pensão por morte para os dependentes. O órgão vai cobrar do agressor o que pagou às mulheres com estes benefícios.
O INSS está firmando parcerias com os ministérios públicos estaduais, as delegacias especializadas em atendimento à mulher, a Secretaria de Políticas para as Mulheres e a Secretaria de Direitos Humanos, além de Organizações Não-Governamentais (ONGs), para que sejam enviados casos mulheres agredidas que tenham gerado pagamento de benefícios por parte do INSS.
Os primeiros casos a serem ajuizados no Tribunal Regional Federal da 1ª Região, em Brasília, aconteceram no Distrito Federal. Em um deles, a mulher teria sido assassinada pelo ex-companheiro, o que gerou um benefício de pensão por morte para o filho da vítima. O benefício começou a ser pago em fevereiro deste ano e tem estimativa de cessar no ano de 2030.
O outro caso é de tentativa de homicídio e que gerou a concessão de auxílio-doença para a vítima. Outros dois casos, um no Espírito Santo e outro no Rio Grande do Sul, estão sendo estudados e devem ser ajuizados até o fim deste mês.A ideia das ações regressivas nos casos de violência contra a mulher veio do Instituto Maria da Penha. A proposta segue o que já vem sendo feito com as ações regressivas de trabalho. Desde 1991, a Advocacia-Geral da União (AGU), representando o INSS, tem protocolado ações regressivas contra empresas responsáveis por acidentes de trabalho que levaram o órgão a pagar benefícios ao empregado ou pensão por morte aos familiares da vítima. Nesses 21 anos, foram iniciados mais de dois mil processos regressivos acidentários, com expectativa de ressarcimento superior a R$ 360 milhões.

Fonte: O Globo © 1996 - 2012. Todos direitos reservados a Infoglobo Comunicação e Participações S.A. Este material não pode ser publicado, transmitido por broadcast, reescrito ou redistribuído sem autorização.

Hoje é dia de Maria! #6anosdaLeiMariadaPenha

Hoje, 07/08/12, A Lei Maria da Penha completa 6 anos! Data escolhida para o Lançamento nacional da Campanha: "Compromisso e Atitude pela Lei Maria da Penha - A Lei é mais forte" que tem como objetivos: envolver o sistema de Justiça, Ministérios públicos, Defensorias públicas, Executivo federal e estadual no enfrentamento à impunidade, bem como no esforço de responsabilização de agressores e assassinos de mulheres no país; mobilizar profissionais e operadores do Direito para a compreensão da magnitude do fenômeno da violência doméstica contra as mulheres; e envolver a sociedade no debate sobre a impunidade e a violência doméstica.
A lei número 11.340, Conhecida como Lei Maria da Penha, foi decretada e sancionada em 7 de agosto de 2006. A lei alterou o Código Penal Brasileiro e possibilitou que agressores de mulheres no âmbito doméstico ou familiar sejam presos em flagrante ou tenham sua prisão preventiva decretada, estes agressores também não poderão mais ser punidos com penas alternativas, a legislação também aumenta o tempo máximo de detenção previsto de um para três anos, a lei prevê medidas que vão desde a saída do agressor do domicílio e a proibição de sua aproximação da mulher agredida.
A introdução da lei diz: "Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres e da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher; dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; altera o Código de Processo Penal, o Código Penal e a Lei de Execução Penal; e dá outras providências".
Delegada Vilma Alves
Ao longo de seus 6 anos, A Lei Maria da Penha sofreu várias mudanças, dentre as quais, o aumento no rigor das punições das agressões contra a mulher quando ocorridas no âmbito doméstico ou familiar. Em 2009, pela urgente e constante necessidade de conscientização, a Rede Social Lei Maria da Penha foi criada por um grupo de mulheres voluntárias, oriundas de vários estados do Brasil, com o objetivo de reunir pessoas interessadas em compartilhar informações sobre a Lei e sua aplicação.E hoje, 07/08/12, ocorre o Lançamento nacional da Campanha: "Compromisso e Atitude pela Lei Maria da Penha - A Lei é mais forte" para solidificar a Proteção e o Combate a violência contra a Mulher. A Campanha nasceu de uma iniciativa da SPM, formalizada por meio de acordo de cooperação técnica com diversos órgãos: Ministério da Justiça, Conselho Nacional de Justiça - CNJ, Conselho Nacional de Procuradores-Gerais de Justiça - CNPG, Colégio Permanente de Presidentes de Tribunais de Justiça e o Conselho Nacional dos Defensores Públicos-Gerais - CONDEGE.
O lançamento hoje às 10 horas, em Brasília, durante o Encontro Nacional de Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher, que contará com a participação de 300 delegadas de polícia civil de todos os estados. E o Piauí está representado pela nossa Delegada Titular (DEAM/Centro - Teresina, Piauí): Vilma Alves (foto).

Referências importantes:
Dados Estatísticos após a edição da Lei n. 11.340/06 - http://www.leimariadapenha.com/group/pesquisas/forum/topics/dados-estatisticos-apos-a
Aspectos fundamentais da Lei Maria da Penha - http://www.leimariadapenha.com/group/pesquisas/forum/topics/aspectos-fundamentais-da-lei
Promotoras Legais Populares - http://www.leimariadapenha.com/group/sites/forum/topics/promotoras-legais-populares
Vídeos
VÍDEO - Música Antígona Lei Maria da Penha - Cantada por Alcione - http://www.leimariadapenha.com/video/lei-maria-da-penha-musica-com
VÍDEO - Palestra da Maria Berenice Dias - http://www.leimariadapenha.com/video/lei-maria-da-penha-palestra
VÍDEO - Entrevista de Ana Maria Bruni Canal Futura - http://www.leimariadapenha.com/video/entrevista-ana-maria-bruni-1
Veja também:
AME - Projeto Maria da Penha
DOUTRINA: Apresentação da Lei Maria da Penha
Notícia: Comentário à Lei Maria da Penha
Institucional: Portal oficial da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres
Rede Social Lei Maria da Penha
Íntegra da Lei

Wirna Alves

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Nosso Blog foi indicado para o Top Blog 2012!!!

Nosso Blog foi indicado para o Top Blog 2012!!!
Então, se você é nosso leitor ou está apenas conhecendo e gostou do Blog Prolegômenos Jurídicos e Outros Enredos que foi indicado ao Prêmio Top Blog Brasil - Edição 2012, Click no SELO prêmio TOP BLOG (aba lateral) e vote!

Agradeço, desde já!
Att. Wirna Alves

Bom Dia!


sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Energia Natural: Qual o limite de exploração?

Que o Brasil possui como matrizes energéticas (Petróleo e derivados) o Gás e a Energia Elétrica (as 2 fontes energéticas mais limpas do mundo até hoje) não é novidade para ninguém! Mas, a busca desenfreada dos recursos é preocupante! 
Não basta só Extrair/Explorar... Essas fontes de energia, são de natureza 'não-renovável', é mister a consciência sustentável dos atores internacionais que o comercializam...
Destarte, o documentário abaixo, sobre a "Terra do Gás", mostra vasta região dos EUA gravemente contaminada com a tecnologia de fragmentação das rochas subterrâneas (desenvolvida pela Halliburton, empresa de Dick Cheney, secretário de Defesa) para obtenção de combustível. 
Fato que nos faz lembrar de 1984, época marcada pelo acidente natural causado pela Union Carbide, que deixou vazar gases letais em Bhopali, Índia. 
Ano passado (Novembro de 2011) a CHEVRON provocou um enorme vazamento de Petróleo na Bacia de Campos, RJ, causando danos imensos. Pela sua incompetência e pela tentativa de acobertar o que havia provocado, uma Multa de US$ 25,000,000. foi imposta. Além disto, como penalização, a mesma empresa está proibida de atuar em qualquer outro empreendimento em áreas brasileiras.
Mas, a realidade nos mostra que é necessária e urgente a Regulamentação mais 'protetiva' para a extração e Exploração dos recursos naturais para a promoção do desenvolvimento sustentável.
Veja o vídeo:


O que é Lucro Tributável?

O denominado "Lucro Tributável" corresponde à base de cálculo, sobre a qual incidirá o percentual (%) previsto do imposto de renda no Brasil, para os contribuintes pessoa jurídica.
          TRIBUTAÇÃO PELO LUCRO REAL
Na legislação do imposto de renda, a expressão “lucro tributável” é equivalente ao “lucro real” para as pessoas jurídicas tributadas por este regime.
O lucro tributável não corresponde, necessariamente, ao lucro líquido apurado contabilmente.
De acordo com o Regulamento do Imposto de Renda, lucro real é o lucro líquido do período de apuração ajustado pelas adições, exclusões ou compensações prescritas ou autorizadas pela legislação fiscal.
A determinação do lucro tributável será precedida da apuração do lucro líquido de cada período de apuração com observância das leis comerciais.
Portanto, a base de apuração do lucro tributável, no caso de pessoas jurídicas optantes pelo Lucro Real, é o resultado contábil ajustado pelas adições e exclusões previstas nas normas do imposto.
Exemplo:
Lucro apurado na contabilidade: R$ 100.000,00
(+) Adições ao Lucro Tributável, previstas nas normas do Imposto de Renda: R$ 20.000,00
(-) Exclusões ao Lucro Tributável, idem R$ 10.000,00
= Lucro Tributável (ou Lucro Real) = R$ 110.000,00
                                          TRIBUTAÇÃO PELO LUCRO PRESUMIDO
Para as pessoas jurídicas optantes pelo Lucro Presumido, a base de cálculo é presumida, em função de % determinados sobre a receita bruta.
Exemplo:
Receita obtida com revenda de mercadorias: R$ 1.000.000,00
Base presumida, prevista na legislação, para fins de apuração do IRPJ: 8%
Lucro tributável = R$ 1.000.000,00 x 8% = R$ 80.000,00

TST: Novas Orientações Jurisprudenciais

Novas Orientações Jurisprudenciais da SDI-1 tratam de rurícola e turnos de revezamento.O Tribunal Superior do Trabalho editou duas novas Orientações Jurisprudenciais da Subseção Especializada em Dissídios Individuais (SDI-1), que foram publicadas no Diário da Justiça dos dias 28 e 29 de junho e 2 de julho de 2012.
Com a publicação, agora são 420 as Orientações Jurisprudenciais da SDI-1, órgão revisor das decisões das Turmas do TST e unificador da jurisprudência.Os novos textos tratam, respectivamente, do enquadramento de empregado que exerce atividade em empresa agroindustrial e turnos ininterruptos de revezamento. Eis o inteiro teor:

OJ 419.ENQUADRAMENTO. EMPREGADO QUE EXERCE ATIVIDADE EM EMPRESA AGROINDUSTRIAL. DEFINIÇÃO PELA ATIVIDADE PREPONDERANTE DA EMPRESA. (DEJT divulgado em 28 e 29.06.2012 e 02.07.2012) – Considera-se rurícola empregado que, a despeito da atividade exercida, presta serviços a empregador agroindustrial (art. 3º, § 1º, da Lei nº 5.889, de 08.06.1973), visto que, neste caso, é a atividade preponderante da empresa que determina o enquadramento.

OJ 420.TURNOS ININTERRUPTOS DE REVEZAMENTO. ELASTECIMENTO DA JORNADA DE TRABALHO. NORMA COLETIVA COM EFICÁCIA RETROATIVA. INVALIDADE. (DEJT divulgado em 28 e 29.06.2012 e 02.07.2012) – É inválido o instrumento normativo que, regularizando situações pretéritas, estabelece jornada de oito horas para o trabalho em turnos ininterruptos de revezamento.

Definição
As orientações jurisprudenciais não têm caráter vinculante, ou seja, não têm obrigatoriamente de ser seguidas nas demais decisões da Justiça do Trabalho sobre o tema, mas refletem o posicionamento no Tribunal Superior do Trabalho, que tem como principal função a uniformização da jurisprudência.
A edição de tais posicionamentos tem repercussão direta nos pressupostos de admissibilidade do recurso de revista tratado no artigo 896, parágrafo 4º, da CLT.
O texto da legislação consolidada prevê que a divergência, para justificar a admissão de um recurso de revista, deve ser atual, o que exclui aquelas superadas por súmula ou por iterativa e notória jurisprudência do TST.
As Orientações Jurisprudenciais são propostas pela Comissão de Jurisprudência e de Precedentes Normativos do TST, composta por três ministros e um suplente designados pelo Órgão Especial. A comissão tem como uma de suas atribuições propor edição, revisão ou cancelamento de súmulas, de precedentes normativos e de orientações jurisprudenciais, nos termos do artigo 54, inciso III, do Regimento Interno do TST.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Curtir e Compartilhar: Uma nova onda de ferramentas digitais causa impacto no modo de trabalhar dos pesquisadores.



O cotidiano dos pesquisadores está sofrendo o impacto de uma nova onda de ferramentas digitais, tais como redes sociais, softwares on-line e blogs, capazes de estimular novas parcerias, acelerar o intercâmbio de informações ou garantir acesso instantâneo a dados científicos de seu interesse. O sucesso da rede social ResearchGate é o exemplo mais recente dessa tendência. Mais de 1,5 milhão de pesquisadores de vários paí-ses – cerca de 35 mil no Brasil – já se inscreveu na rede, cuja proposta é facilitar a comunicação e a troca de experiências entre pessoas que atuam na mesma área. Os perfis dos participantes são apresentados como se fossem um currículo científico, o que favorece a busca de usuários por área de atuação. Um calendário informa sobre eventos científicos em todo o mundo e uma bolsa de empregos oferece mais de 13 mil vagas em diversas áreas da ciência. “As redes sociais vão se especializando e oferecendo novas funcionalidades. O ResearchGate, entre outros exemplos, permite que os pesquisadores façam algumas de suas atividades de forma mais rápida, barata ou eficiente”, diz Ewout ter Haar, professor do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP) e um dos administradores do Stoa, rede social que reúne 40 mil professores, estudantes e funcionários da Universidade de São Paulo.

O ResearchGate combina elementos de redes sociais consagradas como o Facebook e o Twitter, ou a profissional LinkedIn, com perfis dos membros, comentários, grupos e botões “curtir” e “compartilhar” – embora não haja espaço, como observou uma reportagem do jornal The New York Times, para as “fotos de bebês, vídeos de gatos e autoelogios”. Apenas cientistas podem formular ou responder perguntas, pois os tópicos de discussão tratam, com frequência, de assuntos áridos para o gosto do público leigo. Os participantes se apresentam com seus nomes reais, dados profissionais e lista de publicações – e a rede usa esses dados para sugerir conexões com outros membros. “O ResearchGate é uma boa vitrine profissional para fazer contato entre os pares, e no exterior serve principalmente para encontrar pesquisadores. No Brasil, essa vocação talvez seja menos importante do que em outros países porque temos uma ferramenta que é única no mundo, a Plataforma Lattes”, diz o biólogo Átila Iamarino, editor da rede de blogs científicos ScienceBlogs e membro do ResearchGate há quatro meses. Mantida pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a Plataforma Lattes reúne 1,8 milhão de currículos de pesquisadores e estudantes de todo o país.

Os usuários da rede social podem criar grupos de discussão públicos ou privados e compartilhar artigos ou material de interesse científico. O Re-searchGate estimula os participantes a transformar seus perfis num repositório de sua produção científica, mesmo quando seus artigos não estão disponíveis na internet – é que muitos periódicos vinculados a grandes editores permitem que os autores divulguem seus trabalhos em páginas pessoais. O resultado é que a plataforma já abriga 350 mil artigos. Só em 2011, 842.179 publicações foram ali compartilhadas. Alguns usuários advertem, contudo, que a plataforma tem um bom espaço para melhorar. “As ferramentas para inserir trabalhos têm ainda muitas falhas, e elas não reconhecem trabalhos repetidos. Acho que é interessante, mas uma ferramenta ainda em desenvolvimento”, diz Marcelo Knobel, professor do Instituto de Física Gleb Wataghin, da Unicamp, e pró-reitor de Graduação da instituição, usuário bissexto do ResearchGate. “Se eles integrarem com calendário de conferências e facilitarem o modo de ver e inserir referências, acho que pode virar algo bem interessante. Eu uso em geral o Facebook para me conectar com colegas, amigos e outras redes”, explica.

O ResearchGate vem ganhando destaque em meio a uma série de outras redes, como o UniPHY, voltado para físicos e engenheiros, o Labroots, da área de medicina e engenharia, ou o Academia.edu, apenas para citar alguns exemplos. “A briga é para ver quem vai ser a dominante, como acontece nas demais redes sociais”, diz Átila Iamarino, que ministra um curso sobre ferramentas on-line para pesquisadores.

Outras ferramentas vêm conquistando espaço com a oferta de funcionalidades peculiares. Um exemplo é o Mendeley, que surgiu como um software organizador de referências bibliográficas, mas vem assumindo feições de rede social. O Mendeley foi criado para organizar a biblioteca de artigos de interesse de um pesquisador, como os textos de que ele precisará para citar como referência em seus trabalhos científicos. Ao migrar para a internet, o Mendeley virou uma rede social por meio da qual é possível saber que artigos estão sendo mais acessados por pesquisadores de uma determinada área – ou também o que um certo pesquisador está lendo e recomendando aos colegas. “Na prática, tornou-se um filtro social. Os pesquisadores são bombardeados com um volume gigantesco de informações, e ele ajuda a administrar a importância mostrando quem leu e compartilhou”, afirma Átila Iamarino, que eventualmente usa outro expediente para buscar boas referências científicas: a popular biblioteca Wikipedia. “Embora os textos da Wikipedia possam sofrer adulterações, as referências científicas em geral são quentes, pois quem as acrescenta são bons pesquisadores, especializados naquela área”, explica.

É natural que, num primeiro momento, essas funcionalidades conquistem principalmente os jovens pesquisadores. “Eles têm mais facilidade e motivação. Os cientistas já num certo degrau da carreira não precisam tanto de ferramentas para fazer conexões, além de, por natureza, serem mais conservadores”, afirma Ewout ter Haar, da USP.

Mas qual é o potencial das ferramentas digitais para transformar o trabalho dos pesquisadores como o conhecemos hoje? A resposta a essa pergunta é complexa. De um lado, a transformação já é palpável, por exemplo, na proliferação de blogs de cientistas, que com frequência cada vez maior compartilham os resultados de seus trabalhos antes mesmo de serem publicados em periódicos. “Aqui no Brasil os blogs científicos atuam principalmente no campo da divulgação, mas nos Estados Unidos funcionam como uma rede na qual pesquisadores falam de seus trabalhos e comentam o de colegas”, diz Rafael Bento, doutor em biotecnologia pela USP e um dos autores do blog RNA mensageiro. “A PLOS, por exemplo, já utiliza citações de artigos em blogs em suas estatísticas, em complemento às citações da literatura oficial”, afirma. No blogcolaborativo MathOverflow, matemáticos contribuem para a solução conjunta de problemas. Em outro experimento chamado Polymath Project, comentários de matemáticos no blog do ganhador da Medalha Fields, Timothy Gower, em 2009, resultaram numa nova prova para um teorema particularmente complicado em apenas seis semanas.

A conversa entre pesquisadores por meio de blogs, redes sociais e fóruns na internet funciona em certas situações como uma espécie de avaliação por pares instantânea. Foi o que ocorreu em 2010 com um polêmico anúncio feito pela astrobióloga da Nasa, Felisa Wolfe-Simon, num artigo na revista Science, que descreve uma linhagem de bactérias capaz de usar arsênio no lugar de fósforo para sobreviver. Alguns resultados do artigo foram imediatamente contestados por pesquisadores e blogueiros científicos. A Science selecionou as principais críticas e publicou oito delas numa edição seguinte. O artigo segue em discussão.

Outro exemplo da transformação são os repositórios de acesso aberto como o arXiv, no qual físicos, matemáticos e biólogos divulgam dados de suas pesquisas, submetendo-os à análise de colegas antes que sejam publicados. Dados gerados pelo acelerador de partículas do Cern, por exemplo, foram lançados primeiro no arXiv, que se consagrou como uma ferramenta de compartilhamento de informações entre os especialistas em física de altas energias. Pablo Ortellado, professor da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP, aponta uma tendência no expediente de compartilhar dados de pesquisas. “O surgimento de novas formas de revisão por pares também é reflexo do aumento brutal da produção científica, gerada por uma estratégia de estímulo à publicação, que inundou a indústria da divulgação científica com artigos de baixa qualidade. O resultado é que já não se consegue fazer artigos de revisão de certos temas, porque é humanamente impossível ler tudo o que foi publicado a respeito”, afirma. “Além disso, a revisão por pares é um processo contínuo que não se restringe à publicação em periódicos. Quando apresenta seu trabalho em um congresso, o pesquisador também está submetendo-o à avaliação por pares”, observa.

Não significa, porém, que o peer review tradicional, aquele praticado pelos periódicos científicos, vá ser substituído por um esquema alternativo. “Quando procuro um artigo científico, espero ter a garantia de que metodologia e resultados foram avaliados e aprovados. Se não houver alguma segurança sobre isso, como acreditar no que está escrito?”, diz Rogério Meneghini, coordenador científico da biblioteca eletrônica SciELO Brasil, que agrega centenas de publicações em acesso- aberto – com revisão por pares. “Além disso, continua a ser essencial publicar em periódicos com revisão por pares e com o maior impacto possível, principalmente para seguir as regras para progressão na carreira. A avaliação dos cursos de pós-graduação feita pela Capes, por exemplo, ampliou tais exigências”, afirma.

As ferramentas digitais, contudo, têm obtido sucesso sempre que rivalizam, de forma gratuita, com esquemas comerciais consolidados. É cada vez maior o número de pesquisadores com perfil no Google Acadêmico, plataforma do Google que reúne dados sobre todas as publicações científicas disponíveis na internet, inclusive com suas citações. Desde o final do ano passado, os pesquisadores podem criar perfis e incluir publicações e citações, que são localizadas pelo Google Acadêmico. Através do Google Scholar Citations, é possível ver as estatísticas sobre as citações aos seus trabalhos, inclusive com informações sobre o chamado Índice H, indicador de impacto do conjunto da produção científica de um pesquisador. Novas citações aos trabalhos são adicionadas automaticamente assim que identificadas na rede. “O Google Acadêmico tem um método bastante rigoroso de aferir as citações a artigos, que, por abranger tudo o que está na rede, costuma ser maior do que os de bases de dados como a Thomson Reuters e a Scopus”, diz Rogério Meneghini. “É cedo para saber se um dia irá substituir as atuais, mas está ganhando espaço.” No seu caso particular, Meneghini observou que seu perfil no Google Scholar seria equivalente ao da Thomson Reuters em relação a seu trabalho como pesquisador da área de química e bioquímica. Já em relação a seu campo de estudos atual, a ciência da informação, o Google Scholar era mais abrangente. “É que a Thomson Reuters não abrange muitas publicações em cienciometria”, ele afirma.

Ewout ter Haar, da USP, sugere que a consolidada Plataforma Lattes, do CNPq, incorpore funcionalidades das redes sociais científicas. “Seria ótimo se os pesquisadores pudessem interagir mais por meio do Lattes”, nota. O Lattes está mudando, ainda que não exatamente nessa direção. O CNPq decidiu acrescentar duas novas abas nos currículos. Em uma delas, os cientistas brasileiros informarão sobre a inovação de seus projetos e pesquisas; e na outra, deverão descrever iniciativas de divulgação e de educação científica. “Blogueiros como eu poderão incluir referências a seu trabalho no currículo científico, o que não era possível até então”, diz Rafael Bento, do blog RNA mensageiro, que acaba de concluir um pós-doutorado em neurociência pela USP mas está decidido a afastar-se da bancada e a se dedicar à carreira de divulgador da ciência.

Links do infográfico:
ResearchGate: www.researchgate.net
Academia.edu: www.academia.edu
UniPHY: www.aipuniphy.orgLabroots: www.labroots.com
Mendeley: www.mendeley.com
arXiv: www.arxiv.org


fonte: Fabrício Marques. Edição 195/2012, Revista Pesquisa Fapesp.

O duro golpe da Venezuela nos EUA.

Na Opinião do cientista político argentino Atilio Borón, a inclusão da Venezuela no Mercosul constitui, do ponto de vista geopolítico, a maior derrota diplomática estadunidense desde a derrota da Área de Livre Comércio das Américas (ALCA). 
Tal como apontado há poucos dias pelo ex-alto representante do Mercosul, Samuel Pinheiro Guimarães, daqui para frente "será bem mais difícil e custoso orquestrar um golpe de Estado contra um (Hugo) Chávez protegido institucionalmente pela normativa mercosuliana", sublinhou Borón.
Em um extenso artigo divulgado nesta quarta-feira (01/08) no diário Página 12, o Diretor do Programa Latino-americano de Educação a Distância em Ciências Sociais advertiu que agora também será bem mais complicado para os Estados Unidos buscar se apropriar da riqueza venezuelana de hidrocarbonetos.
Por outro lado, acrescentou, a incorporação da República Bolivariana ao Mercosul torna mais atraente para o resto dos países sul-americanos integrar-se o quanto antes a um rico espaço econômico que se estende da Terra do Fogo até o Mar do Caribe.
Também afirmou que no futuro será bem mais difícil rearmar o esquema de "livre comércio" eliminado com a derrota da ALCA, indicou. Borón salientou que a entrada da Venezuela no mecanismo sul-americano de integração reforça o país tanto quantitativa como qualitativamente, ao agregar um novo sócio com um Produto Interno Bruto (PIB) estimado em 397 bilhões de dólares.
O Mercosul ampliado se converte na quinta economia do mundo, só superado pelos Estados Unidos, China, Índia e Japão e claramente acima da locomotora europeia, a Alemanha, destaca o analista.
Na ordem qualitativa, avalia, a incorporação venezuelana ao bloco significa integrar um país que, segundo o último anuário da OPEP, dispõe das maiores reservas certificadas de petróleo do mundo.
Por outro lado, e desde o ponto de vista da complementação econômica de suas partes, o Mercosul desponta como um espaço econômico bem mais harmônico e equilibrado que a União Europeia, cuja fragilidade energética constitui seu incurável tornozelo de Aquiles, enfatizou Borón.
Fonte: Prensa Latina

Nossos Leitores gostaram igualmente de