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quinta-feira, 2 de agosto de 2012

O duro golpe da Venezuela nos EUA.

Na Opinião do cientista político argentino Atilio Borón, a inclusão da Venezuela no Mercosul constitui, do ponto de vista geopolítico, a maior derrota diplomática estadunidense desde a derrota da Área de Livre Comércio das Américas (ALCA). 
Tal como apontado há poucos dias pelo ex-alto representante do Mercosul, Samuel Pinheiro Guimarães, daqui para frente "será bem mais difícil e custoso orquestrar um golpe de Estado contra um (Hugo) Chávez protegido institucionalmente pela normativa mercosuliana", sublinhou Borón.
Em um extenso artigo divulgado nesta quarta-feira (01/08) no diário Página 12, o Diretor do Programa Latino-americano de Educação a Distância em Ciências Sociais advertiu que agora também será bem mais complicado para os Estados Unidos buscar se apropriar da riqueza venezuelana de hidrocarbonetos.
Por outro lado, acrescentou, a incorporação da República Bolivariana ao Mercosul torna mais atraente para o resto dos países sul-americanos integrar-se o quanto antes a um rico espaço econômico que se estende da Terra do Fogo até o Mar do Caribe.
Também afirmou que no futuro será bem mais difícil rearmar o esquema de "livre comércio" eliminado com a derrota da ALCA, indicou. Borón salientou que a entrada da Venezuela no mecanismo sul-americano de integração reforça o país tanto quantitativa como qualitativamente, ao agregar um novo sócio com um Produto Interno Bruto (PIB) estimado em 397 bilhões de dólares.
O Mercosul ampliado se converte na quinta economia do mundo, só superado pelos Estados Unidos, China, Índia e Japão e claramente acima da locomotora europeia, a Alemanha, destaca o analista.
Na ordem qualitativa, avalia, a incorporação venezuelana ao bloco significa integrar um país que, segundo o último anuário da OPEP, dispõe das maiores reservas certificadas de petróleo do mundo.
Por outro lado, e desde o ponto de vista da complementação econômica de suas partes, o Mercosul desponta como um espaço econômico bem mais harmônico e equilibrado que a União Europeia, cuja fragilidade energética constitui seu incurável tornozelo de Aquiles, enfatizou Borón.
Fonte: Prensa Latina

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