O senador Roger Pinto Molina (da oposição boliviana) está gerando um problema diplomático para o Brasil. Ele está sendo abrigado na Embaixada brasileira em La Paz há um semana e pediu “asilo político no Brasil”, sob a alegação de que está sofrendo perseguição política em seu país pelo fato de defender os “Direitos Humanos”. No dia 28 de maio, escreveu duas cartas, uma à presidente brasileira Dilma Rousseff e outra ao embaixador do Brasil na Bolívia, Marcelo Biato, explicando sua situação e pedindo para ser recebido em solo brasileiro. O governo boliviano nega a acusação de perseguição ao senador e acusa-o de corrupção (envolvendo uma rede formada por funcionário públicos, juízes, advogados e policiais), tráfico de drogas, desvios de recursos e recusar-se a prestar esclarecimentos à justiça. A decisão brasileira não tem prazo definido e pode se estender indefinidamente. Já houve reuniões entre os ministros das “Relações Exteriores” do Brasil, Antonio Patriota, e da Bolívia, David Choquehuanca, para tratar do direito de asilo do Senador, mas não se sabe quando sairá a decisão. A situação é complexa devido à afinidade ideológica entre os dois governos, apesar da linha autônoma do Brasil, da desproporção de forças entre os dois países e da postura independente adotada pela presidente Dilma Rousseff, mas, o fato de estar na Embaixada brasileira faz emergir a questão do apoio que o Brasil deu a outros líderes que alegaram perseguição, embora com casos de natureza diferentes, além do Asilo fornecido pelos brasileiros a Cesare Battisti, que solicitou permanência no país sob a mesma alegação de perseguição política, mesmo que tenha sido enquadrado na Itália e na Europa como criminoso comum e condenado por Tribunal italiano. Um dos argumentos adotados para a conceder o Asilo foi, resumidamente, a inexistência de condições imparciais para o seu julgamento e a inexistência de condições de segurança para a sua volta. Com base nas informações disseminadas pela mídia por observadores internacionais é possível levantar a hipótese da manutenção do Senador boliviano na embaixada brasileira, para vencê-lo no cansaço, levando-o a desistir do intento e a sair do espaço diplomático brasileiro. Este é um risco concreto para Molina, pois seria garantida a neutralidade do Brasil, não seria afetada a postura ideológica dos seus mandatários, nem haveria como acusar o Governo brasileiro de ter adotado dois pesos e duas medidas para este caso, restando ao solicitante que sua situação seja disseminada no Brasil para que haja pressão solicitando a aceitação de seu pedido.
Fonte:
NOTAS ANALÍTICAS Publicado em Terça, 05 Junho 2012 13:00 Escrito por Marcelo Suano – Analista CEIRI
* Ver: http://www.jb.com.br/internacional/noticias/2012/06/04/senador-boliviano-espera-resposta-sobre-asilo-politico-no-brasil/
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Gostou?