O "burn out", termo que em inglês designa
a combustão completa, está incluído no rol dos transtornos mentais relacionados
ao trabalho. Foi a terceira maior causa de afastamento de profissionais em
2009, segundo dados da Previdência Social. A síndrome é bem mais que
"mero" estado de estresse, não pode ser confundida.
Síndrome de Burnout é
um distúrbio psíquico de caráter depressivo,
precedido de esgotamento físico e mental intenso, definido por Herbert J.
Freudenberger como "(…) um estado de esgotamento físico e mental
cuja causa está intimamente ligada à vida profissional"
A síndrome de Burnout (do inglês to
burn out, queimar por completo), também chamada de síndrome do esgotamento
profissional, foi assim denominada pelo psicanalista nova-iorquino,
Freudenberger, após constatá-la em si mesmo, no início dos anos 1970.
A dedicação exagerada à atividade profissional é
uma característica marcante de Burnout, mas não a única. O desejo
de ser o melhor e sempre demonstrar alto grau de desempenho é outra fase
importante da síndrome: o portador de Burnout mede a auto-estima pela
capacidade de realização e sucesso profissional. O que tem início com satisfação
e prazer, termina quando esse desempenho não é reconhecido. Nesse estágio,
necessidade de se afirmar, o desejo de realização profissional se transforma em
obstinação e compulsão.
São doze os estágios de Burnout:
v
Necessidade de se afirmar
v
Dedicação intensificada - com predominância da
necessidade de fazer tudo sozinho;
v
Descaso com as necessidades pessoais - comer,
dormir, sair com os amigos começam a perder o sentido;
v
Recalque de conflitos - o portador percebe que algo
não vai bem, mas não enfrenta o problema. É quando ocorrem as manifestações
físicas;
v
Reinterpretação dos valores - isolamento, fuga dos
conflitos. O que antes tinha valor sofre desvalorização: lazer, casa, amigos, e
a única medida da auto-estima é o trabalho;
v
Negação de problemas - nessa fase os outros são
completamente desvalorizados e tidos como incapazes. Os contatos sociais são
repelidos, cinismo e agressão são os sinais mais evidentes;
v
Recolhimento;
v
Mudanças evidentes de comportamento;
v
Despersonalização;
v
Vazio interior;
v
Depressão - marcas de indiferença, desesperança,
exaustão. A vida perde o sentido;
v
E, finalmente, a síndrome do esgotamento
profissional propriamente dita, que corresponde ao colapso físico e
mental. Esse estágio é considerado de emergência e a ajuda médica e psicológica
uma urgência.
Os sintomas são variados: fortes dores de
cabeça, tonturas, tremores, muita falta de ar, oscilações de
humor, distúrbios do sono,
dificuldade de concentração, problemas digestivos. Segundo Dr. Jürgen Staedt,
diretor da clínica de psiquiatria e psicoterapia do complexo hospitalar Vivantes, em Berlim, parte
dos pacientes que o procuram com depressão são diagnosticados com a síndrome do
esgotamento profissional. O professor de psicologia do comportamento Manfred
Schedlowski, do Instituto Superior de Tecnologia de Zurique (ETH),
registra o crescimento de ocorrência de "Burnout" em ambientes
profissionais, apesar da dificuldade de diferenciar a síndrome de outros males,
pois ela se manifesta de forma muito variada: "Uma pessoa
apresenta dores estomacais crônicas, outra reage com sinais depressivos; a
terceira desenvolve um transtorno de ansiedade de forma explícita", e
acrescenta que já foram descritos mais de 130 sintomas do esgotamento
profissional.[1]
Burnout é geralmente desenvolvida como resultado de
um período de esforço excessivo no trabalho com intervalos muito pequenos para
recuperação, mas alguns consideram que trabalhadores com determinados traços de
personalidade (especialmente de neuroses)
são mais suscetíveis a adquirir a síndrome. Pesquisadores parecem discordar
sobre a natureza desta síndrome. Enquanto diversos estudiosos defendem
que burnout refere-se exclusivamente a uma síndrome
relacionada à exaustão e ausência de personalização no trabalho, outros
percebem-na como um caso especial da depressão clínica mais geral ou apenas uma
forma de fadiga extrema (portanto omitindo o componente de despersonalização).
Trabalhadores da área de saúde são
freqüentemente propensos ao burnout. Cordes e Doherty (1993), em seu estudo sobre
esses profissionais, encontraram que aqueles que tem freqüentes interações
intensas ou emocionalmente carregadas com outros estão mais suscetíveis.
Os estudantes são também propensos ao burnout nos
anos finais da escolarização básica (ensino médio)
e no ensino superior; curiosamente, este não é um
tipo de burnout relacionado com o trabalho, talvez isto seja
melhor compreendido como uma forma de depressão. Os trabalhos com altos níveis
de stress podem ser mais propensos a causar burnout do que
trabalhos em níveis normais de stress. Taxistas, bancários,
controladores de tráfego aéreo, engenheiros, músicos, professores e artistas parecem
ter mais tendência ao burnout do que outros profissionais.
Os médicosparecem
ter a proporção mais elevada de casos de burnout (de acordo
com um estudo recente no Psychological Reports, nada menos que 40%
dos médicos apresentavam altos níveis de burnout)
A chamada Síndrome de Burnout é
definida por alguns autores como uma das conseqüências mais marcantes do
estresse profissional, e se caracteriza por exaustão emocional, avaliação
negativa de si mesmo, depressão e insensibilidade com relação a quase tudo e
todos (até como defesa emocional).
O termo Burnout é uma composição
de burn=queima e out=exterior, sugerindo assim que a
pessoa com esse tipo de estresse consome-se física e emocionalmente, passando a
apresentar um comportamento agressivo e irritadiço.
Essa síndrome se refere a um tipo de estresse
ocupacional e institucional com predileção para profissionais que mantêm uma
relação constante e direta com outras pessoas, principalmente quando esta
atividade é considerada de ajuda (médicos, enfermeiros, professores).
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