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quarta-feira, 11 de maio de 2011

Bob Marley - 30 anos de Saudades!

Não viva para que a sua presença seja notada, mas para que a sua falta seja sentida. 
Bob Marley

Apesar do dia cheio de atribuições (como se fosse novidade) dedico alguns minutos do meu escasso tempo, para lembrar de Bob Marley. Sou Admiradora das belas mensagens de paz, filosofia de vida sempre em prol do bem comum, mencionados nas canções de Marley, além da grande influencia do meu irmão Thiago Marcus (somos unidos até no gosto musical). Então, através desse post, o dia hoje é dedicado à memória do grande Rei do reggae. São inúmeras as canções de Bob Marley que trazem grandes lições, herança dos ensinamentos de Mortimer Planno (conexões com a seita Rastafári "Doze Tribos de Israel"). Como Rastaman Vibration, Bob servia de fato como um missionário rasta fazendo com que a religião fosse conhecida internacionalmente. Fato demonstrado em suas canções que pregavam irmandade e paz para toda a humanidade.
Bob Marley visitou o Brasil para participar da festa que inaugurou as atividades do selo alemão Ariola no país. Curiosamente na descida em Manaus, para reabastecimento da aeronave que o trazia, ficou retido por algumas horas naquela cidade. O governo militar certamente não estava vendo com bons olhos a vinda daquela comitiva enfumaçada. Depois de alguma negociação as autoridades acabaram cedendo, mas sem liberar vistos de trabalho, o que desestimulou os que pensaram em improvisar uma apresentação deles em solo brasileiro. Suas primeiras declarações foram sobre a música brasileira: "O samba e o reggae são a mesma coisa, tem o mesmo sentimento das raízes africanas". Sobre Jah, o Deus do rastafarianismo ele apenas disse: "É como o seu Deus, pouca gente O conhece".  Em solo pátrio, Marley fez questão de conhecer a favela da Rocinha por achar bastante semelhante com os guetos da Jamaica.
Marley era apaixonado por futebol, provando isso no gramado brasileiro e na ocasião ganhou uma camisa 10 do Santos e sorriu, dizendo "Pelé" para depois explicar que jogava em qualquer posição. Mas ele foi mesmo para o ataque e o placar foi de 3 a 0 para o seu time, com gols dele, de Chico e de Paulo César. Este, que jogou na copa de 70, foi o mais festejado por Bob, que lhe disse: "Sou fã de seu futebol", ao que Paulo César respondeu, "E eu, de sua musica". Bob lembrou o campeonato mundial que marcou a ilha do reggae: ''Rivelino, Jairzinho, Pelé... o Brasil é o meu time. A Jamaica gosta de futebol por causa do Brasil". O principal motivo da vinda do astro ao Brasil decorreu por conta do lançamento do selo de sua gravadora. Sobre os brasileiros ele disse: "É fácil perceber que as pessoas aqui têm ritmo e feeling, não só no andar, mas no falar e no próprio interesse demonstrado pela música em qualquer uma de suas manifestações''. Para ele a mensagem do reggae tem grande importância, pois "os músicos devem ser porta-vozes dos grandes contingentes oprimidos. No nosso caso, a responsabilidade é maior por causa das nossas crenças religiosas. A própria filosofia do reggae explica tudo isso. O reggae surgiu do gueto e sempre foi fiel às suas origens, levando ao mundo uma mensagem de revolta, protesto e reivindicação''. O mundo à sua volta é percebido em cores fortes. "O Apocalipse está nas ruas, no dia-a-dia de cada um. É o meu povo que sofre o povo da rua, o pobre. É dele que estou falando". No entanto ele se mostrava profético em seu otimismo sobre o futuro do reggae: "o reggae não é nenhuma moda e quem está ouvindo essa musica é a geração jovem. Isso é salutar como uma semente bem regada, não é uma moda. Isso vai crescer. Espere só, mon". Infelizmente, o show/apresentação de Marley em nosso país não ocorreu, mas pelo menos tivemos a oportunidade de conhecer outro lado de sua personalidade, mostrando que longe dos palcos e dos estúdios ele era apenas uma pessoa comum. Todos os jornais que cobriram sua visita destacaram o fato de que ele se mostrava sempre acessível e disposto, sem nenhum traço de estrelismo.
Bob Marley, como já dissemos, era apaixonado por futebol, sua biografia conta que em julho de 1977, descobriu uma lesão (pé direito, fato que ele, Bob, acreditava ser consequência de uma contusão) diagnosticada mais tarde como melanoma maligno. De acordo com a biografia abaixo citada (referências/fontes), os médicos o aconselharam a amputação do membro, mas, Bob negou-se em razão dos princípios Rastafáris (a religião pregava que a alopatia - os médicos - são homens que enganam os ingênuos, fingindo ter o poder de curar). Contudo, nesse mesmo ano, converteu-se ao cristianismo, sendo até mesmo batizado na Igreja Ortodoxa da Etiópia com o nome Berhane Selassie. O motivo seria o de que, segundo a religião rasta, o corpo é um templo sagrado e por isso retirar o câncer seria errado. Nesse diapasão, Marley teria descoberto muitas coisas semelhantes entre o Rastafári e o cristianismo e decidido que seu corpo deveria ser cuidado.  Por sua filosofia de vida, Marley estava mais preocupado (além do impacto da operação em sua dança; a amputação afetaria profundamente sua carreira) com a amputação de qualquer parte de seu corpo, seja o dedo do pé ou suas tranças, em razão da convicção rastafári, pois, para os seguidores dessa religião/filosofia, não se deve cortar, aparar ou amputar qualquer parte do corpo. Destarte, o artista passou por uma cirurgia para tentar extirpar as células cancerígenas, mas, e em 1980, durante uma turnê, numa tentativa de se consolidar no mercado norte-americano. Segundo uma de suas biografias, o grande colapso de sua doença foi observado depois que astro desmaiou enquanto corria no Central Park, New York, após uma série de shows no Madison Square Garden (foto abaixo).

Bob Marley nos deixou órfãos em 11/05/81, no hospital Cedars of Lebanon  em Miami, Florida, aos 36 anos de idade. Ele foi sepultado em uma capela em Nine Mile, perto de sua cidade natal, mas existem controvérsias em todo do local exato. Marley levou consigo suas grandes paixões, ou seja, foi enterrado com sua guitarra favorita, uma Fender Stratocaster vermelhauma bola de fotebol, um pote com cannabis sativa e uma Bíblia. Seu funeral ocorreu na Jamaica e foi uma cerimônia digna de chefes de estado, com elementos combinados da Igreja Ortodoxa da Etiópia e do Rastafarianismo. Seu legado é indiscutível...
Bob Marley é considerado por muitos como o primeiro popstar do Terceiro Mundo e particularmente, sem desmerecer os demais, o verdadeiro grande rei do reggae. Mas para quem sente a sua música bater com toda força sem causar dor, esta é uma lembrança inestimável.
Fontes: *Marley, Rita e Jones, Rettie. No Woman No Cry: Minha Vida com Bob Marley; * White, Timothy. Catch a Fire: The Life of Bob Marley. Owl Books (NY), 1998. *As declarações de Bob Marley foram dadas aos seguintes jornais: Jornal do Brasil, O Globo, Folha de São Paulo, Jornal da Tarde. Colaboração: sr. Yassuo Ono, sra Helena Faria (arquivo JB), sr. Geraldo Carvalho, *Spinardi (http://usinabrasil.zip.net/).

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