Não viva para que a sua presença seja notada, mas para que
a sua falta seja sentida.
Bob Marley
Apesar do dia cheio de atribuições (como se fosse novidade) dedico alguns minutos do meu escasso tempo, para lembrar de Bob Marley. Sou Admiradora das
belas mensagens de paz, filosofia de vida sempre em prol do bem comum, mencionados nas canções
de Marley, além da grande influencia do meu irmão Thiago Marcus (somos unidos até no gosto musical). Então, através
desse post, o dia hoje é dedicado à
memória do grande Rei do reggae. São
inúmeras as canções de Bob Marley que trazem grandes lições, herança dos
ensinamentos de Mortimer Planno (conexões com a seita Rastafári "Doze Tribos
de Israel"). Como Rastaman Vibration, Bob servia
de fato como um missionário rasta fazendo
com que a religião fosse conhecida internacionalmente. Fato demonstrado em suas
canções que pregavam irmandade e paz para toda a humanidade.
Bob Marley visitou o
Brasil para participar da festa que inaugurou as atividades do selo alemão Ariola no
país. Curiosamente na descida em Manaus, para reabastecimento da aeronave que o
trazia, ficou retido por algumas horas naquela cidade. O governo militar
certamente não estava vendo com bons olhos a vinda daquela comitiva enfumaçada.
Depois de alguma negociação as autoridades acabaram cedendo, mas sem liberar
vistos de trabalho, o que desestimulou os que pensaram em improvisar uma
apresentação deles em solo brasileiro. Suas primeiras declarações foram sobre a
música brasileira: "O samba e o reggae são a mesma coisa, tem o mesmo
sentimento das raízes africanas". Sobre Jah, o Deus do rastafarianismo ele
apenas disse: "É como o seu Deus, pouca gente O conhece". Em solo pátrio, Marley fez questão de conhecer
a favela da Rocinha por achar bastante semelhante com os guetos da Jamaica.
Marley era
apaixonado por futebol, provando isso no gramado brasileiro e na ocasião ganhou
uma camisa 10 do Santos e sorriu, dizendo "Pelé" para depois explicar
que jogava em qualquer posição. Mas ele foi mesmo para o ataque e o placar foi
de 3 a 0 para o seu time, com gols dele, de Chico e de Paulo César. Este, que
jogou na copa de 70, foi o mais festejado por Bob, que lhe disse: "Sou fã
de seu futebol", ao que Paulo César respondeu, "E eu, de sua
musica". Bob lembrou o campeonato mundial que marcou a ilha do reggae:
''Rivelino, Jairzinho, Pelé... o Brasil é o meu time. A Jamaica gosta de
futebol por causa do Brasil". O principal
motivo da vinda do astro ao Brasil decorreu por conta do lançamento do selo de
sua gravadora. Sobre os brasileiros ele disse: "É fácil perceber que as pessoas aqui têm ritmo e feeling, não só no
andar, mas no falar e no próprio interesse demonstrado pela música em qualquer
uma de suas manifestações''. Para ele a mensagem do reggae tem grande
importância, pois "os músicos devem ser porta-vozes dos grandes
contingentes oprimidos. No nosso caso, a responsabilidade é maior por causa das
nossas crenças religiosas. A própria filosofia do reggae explica tudo isso. O
reggae surgiu do gueto e sempre foi fiel às suas origens, levando ao mundo uma
mensagem de revolta, protesto e reivindicação''. O mundo à sua volta é
percebido em cores fortes. "O Apocalipse está nas ruas, no dia-a-dia de
cada um. É o meu povo que sofre o povo da rua, o pobre. É dele que estou
falando". No entanto ele se mostrava profético em seu otimismo sobre o
futuro do reggae: "o reggae não é nenhuma moda e quem está ouvindo essa
musica é a geração jovem. Isso é salutar como uma semente bem regada, não é uma
moda. Isso vai crescer. Espere só, mon". Infelizmente, o show/apresentação de Marley em nosso país não ocorreu, mas pelo menos tivemos a oportunidade de conhecer
outro lado de sua personalidade, mostrando que longe dos palcos e dos estúdios
ele era apenas uma pessoa comum. Todos os jornais que cobriram sua visita
destacaram o fato de que ele se mostrava sempre acessível e disposto, sem nenhum traço
de estrelismo.
Bob Marley nos deixou órfãos em 11/05/81, no hospital Cedars of Lebanon em Miami, Florida, aos 36 anos de idade. Ele foi sepultado em uma capela em Nine Mile, perto de sua cidade natal, mas existem controvérsias em todo do local exato. Marley levou consigo suas grandes paixões, ou seja, foi enterrado com sua guitarra favorita, uma Fender Stratocaster vermelha, uma bola de fotebol, um pote com cannabis sativa e uma Bíblia. Seu funeral ocorreu na Jamaica e foi uma cerimônia digna de chefes de estado, com elementos combinados da Igreja Ortodoxa da Etiópia e do Rastafarianismo. Seu legado é indiscutível...
Bob Marley é considerado por muitos como o primeiro popstar do Terceiro Mundo e particularmente,
sem desmerecer os demais, o verdadeiro grande rei do reggae. Mas para
quem sente a sua música bater com toda força sem causar dor, esta é uma
lembrança inestimável.
Fontes: *Marley, Rita e Jones, Rettie. No Woman No Cry: Minha Vida com Bob Marley; * White, Timothy. Catch a Fire: The Life of Bob Marley. Owl Books (NY), 1998. *As declarações de Bob Marley foram dadas aos seguintes jornais: Jornal do Brasil, O Globo, Folha de São Paulo, Jornal da Tarde. Colaboração: sr. Yassuo Ono, sra Helena Faria (arquivo JB), sr. Geraldo Carvalho, *Spinardi (http://usinabrasil.zip.net/).
Fontes: *Marley, Rita e Jones, Rettie. No Woman No Cry: Minha Vida com Bob Marley; * White, Timothy. Catch a Fire: The Life of Bob Marley. Owl Books (NY), 1998. *As declarações de Bob Marley foram dadas aos seguintes jornais: Jornal do Brasil, O Globo, Folha de São Paulo, Jornal da Tarde. Colaboração: sr. Yassuo Ono, sra Helena Faria (arquivo JB), sr. Geraldo Carvalho, *Spinardi (http://usinabrasil.zip.net/).
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Gostou?